segunda-feira, 27 de julho de 2020

A BOCA FALA DAQUILO QUE INUNDA O CORAÇÃO



"Raça de víboras, como podeis vós falar boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca". Mateus 12:34

Resolvi começar esse artigo com a base Bíblica que o inspirou: "o que há em abundância no coração, disso fala a boca".
Considero esse um dos versículos Bíblicos de maior impacto em minha vida.

Ele me leva a refletir profundamente em todo ensinamento e em toda verdade contidos nele, da mesma forma que me leva a refletir profundamente em tudo aquilo que tenho pensado e falado com as pessoas que me cercam em meu dia a dia.

É simplesmente impossível não me preocupar quando determinadas frases saem de minha boca.

Será que o meu coração está cheio disso?

Será o meu coração falando?

Por acaso, você já notou que as vezes falamos certas coisas, julgando se tratar de uma brincadeira?

E por se tratar de uma "brincadeira" muitas vezes falamos coisas que há tempos gostaríamos de falar mas não falávamos por falta de oportunidade ou por falta de coragem mesmo.

Mas será apenas uma brincadeira ou será a boca jogando para fora tudo aquilo que está transbordando no coração?

Não creio se tratar de uma brincadeira apenas.
Como diz o ditado popular: "Em toda brincadeira há um fundo de verdade".

E quando falamos verdades, por acaso existe brincadeira nessa verdade?

Duvido muito que haja.

Não é nada difícil lembramos de situações embaraçosas que passamos ou vimos alguém passar em consequência de palavras mal pensadas ou frases mal elaboradas que foram ditas.

Lembro-me de uma certa ocasião em que muitas coisas ruins estavam acontecendo em minha vida e devido a essas lutas, eu andava muito cabisbaixo, remoendo todas aquelas situações. E em meio a esse turbilhão de emoções, fui convidado a participar de uma reunião.

Durante essa reunião fui acusado de algo que eu não era culpado, e essa acusação fez despertar em mim uma ira muito grande.

Lembro-me até hoje da cara de espanto de uma mulher que estava presente a reunião ao me ver despejar sobre todos os presentes, um mar de palavras fortes e pesadas, decorrentes da revolta que veio sobre mim.

Creio que parte do espanto foi devido ao fato de todos os presentes me imaginarem sempre como um homem calmo e controlado. Mas naquele dia eu coloquei pra fora tudo aquilo que eu vinha carregando há tempos, dentro de mim.

Apesar de meu alívio, sei que muitas pessoas saíram de lá magoadas comigo. Não me alegro com essas lembranças, nem do que fiz aos presentes. Pelo contrário, me arrependo profundamente até hoje.

A verdade é que vivemos tentando controlar os nossos impulsos e as nossas emoções, e isso é algo admirável. Mas sempre chega o dia em que o nosso limite é testado, e é justamente nesse momento que muitas vezes, somos derrotados por nós mesmos, pois perdemos a luta contra aquilo que todos trazemos no porão de nossas almas.

Mas não é apenas nos momentos de fúria que se apresenta aquilo que trazemos em nossos corações. Das conversas mais simples até as mais acaloradas que temos, deixamos escapar gotas ou até mesmo rios daquilo que temos em nós.

Nossas bocas, nossos lábios nos condenam, como podemos constatar em Mateus 15:11 - "O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso contamina o homem".

O segredo para melhorar a qualidade daquilo que sai de nossas bocas é melhorar a qualidade daquilo que colocamos em nossos corações.

(Daniel Gummi A. de Souza)

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