quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

O PODER DEVASTADOR DA VAIDADE


"Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito!" (Eclesiastes 1:14)

Significado de vaidade, segundo o dicionário da língua portuguesa: "Qualidade daquilo que é vão (fútil, inconstante, que só existe na fantasia, falso, ilusório e inútil); pode ser também um desejo imoderado de atrair a admiração; presunção".

A vaidade e a futilidade tem atingido um nível altíssimo em todos os setores da sociedade.

As músicas já não falam mais sobre amor ou sobre a beleza de uma cidade ou a beleza que existe na vida e no ato de se viver, mas fazem apologia ao egocentrismo, a ostentação daquilo que se tem (em muitos casos até mesmo daquilo que não se tem) e a luxúria.

As pessoas não querem mais viver apenas de maneira confortável, mas querem mostrar que possuem uma condição financeira, muitas vezes superior até mesmo a sua própria realidade.

Os diplomas não são mais o fruto do esforço de anos de estudo, mas sim uma forma de se mostrar superior aos outros. É comum vermos pessoas se gabando por todos os seus cursos, realizações e diplomas.

Nas redes sociais ninguém posta fotos do arroz com ovo ou do arroz com salsicha de todos os dias; postam apenas fotos do prato diferente que conseguiu fazer. Não estou dizendo que é errado postar fotos de um belo prato do dia, o problema está em mostrar apenas aquilo que não faz parte da realidade do dia-a-dia.

Eu utilizo muito as redes sociais e gosto muito mesmo delas, mas convenhamos, redes sociais tem se tornado uma terra de ilusões onde todo mundo é feliz, come bem, se veste bem, viaja para belos lugares e vive um verdadeiro "conto de fadas". Ninguém mostra a sua verdadeira face e a verdadeira realidade de seu dia-a-dia repleto de frustrações, apertos, decepções, problema conjugais e até mesmo solidão.

Infelizmente, dentro do arraial cristão essa realidade não tem sido muito diferente.

Podemos perceber de forma nítida que a humildade que existia antigamente ao se reconhecer e ser reconhecido como um servo de Deus que estava disposto a abrir mão de seu dia de folga para se dedicar ao trabalho cristão ou ao apoio daqueles que necessitam de ajuda, desapareceu e deu lugar ao orgulho e a vaidade de "ser cristão" ou "ser evangélico": Eu sou "servo" do Deus altíssimo! "Ai daquele que tocar em mim que sou um ungido"!

As próprias músicas "gospel" deixam a vaidade o egocentrismo em evidência, pois não tratam mais sobre temas relacionados a adoração, mas falam daquilo que os corações estão cheios: um sentimento incontrolável e insaciável de ter, ter e ter; de ser restituído de algo que se acha merecedor e que foi perdido; de se colocar como o centro das atenções, de serem mestres e não servos. Há até quem defenda a herético ideia de que "para Jesus nós somos o centro".

O cristocentrismo foi abandonado dando lugar ao antropocentrismo.

Distorções e péssimas interpretações bíblicas à parte, infelizmente existem pessoas que tem se valido da própria Bíblia, para respaldar uma vida repleta de luxos, arrogância, vaidade, soberba, desrespeito por aqueles que pensam diferentemente, se apoiando assim em uma suposta prerrogativa que a Bíblia lhes concede, sendo que a Bíblia não os concede tal prerrogativa.

A vaidade é um monstro que tem crescido assustadoramente dentro das pessoas e tem se manifestado totalmente sem controle: a minha casa é a mais bonita da rua, o meu carro é o mais caro, o meu filho é o mais inteligente, a minha igreja é a melhor, o meu Pastor é o mais santo, etc, etc.

Quem ainda não se deixou levar pela vaidade, peça a Deus para continuar assim, humilde, sensato e equilibrado.

Que Deus nos mostre e nos ensine a trilhar no caminho da humildade, tendo-o sempre como nosso alvo e único merecer de nossa adoração.


(Daniel Gummi A. de Souza)

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