quarta-feira, 4 de setembro de 2019

A PERFEIÇÃO EXIGIDA PELOS IMPERFEITOS


Todos os dias nas redes sociais acontece uma verdadeira enxurrada de críticas à postura dos evangélicos. Independente de serem tradicionais, reformados, pentecostais ou neopentecostais.

Essas críticas, em sua maioria, são oriundas de evangélicos desviados ou não inconformados com a igreja atual.

Ironicamente tais pessoas, que ainda congregam, se esquecem que também fazem parte da igreja atual que tanto desprezam, se excluem e se isentam da culpa de tal situação, ou comodamente optam por criticar com grande afinco os líderes dessas igrejas.

Por outro lado, os críticos desviados, também ironicamente, mesmo sem terem feito nada para amenizar tais problemas ou até mesmo sendo grandes cooperadores atuantes nos tempos de congregados para agravar a situação que hoje tanto criticam, também se excluem, se isentam de tal culpa.

São sempre as mesmas pessoas criticando, criticando e criticando como se suas vidas e existências dependessem única e exclusivamente disso: criticar os evangélicos.

O mais impressionante e hipócrita em tudo isso é que essas mesmas pessoas não fazem nada, absolutamente nada para resolver hoje, os problemas que todos sabemos que existem há anos.

Não estou aqui defendendo os evangélicos (aos quais me incluo). Todos sabemos que estamos muito distantes daquilo que realmente deveríamos ser.

Mas também não vou aqui criticar os evangélicos (aos quais me incluo) com o tamanho empenho que tem sido tão comum nas redes sociais pelos críticos mais ferozes, única e exclusivamente porque sei que faço parte de tais problemas e tenho convicção de que os evangélicos (em grande parte, é claro), mesmo não sendo aquilo que poderiam ou deveriam ser, reconhecem tais problemas, se envergonham deles e lutam com garra para resolver ou amenizar, pelo menos na "igreja local", com o direcionamento de Deus, tais problemas.

Não quero com isso criar mais problemas ou tentar amenizar a culpa de ninguém. Só estou fazendo uma análise comportamental de ambos os lados: os críticos e os criticados.

Criticar é fácil demais.

Apontar os erros também é fácil demais.

Difícil é dar o exemplo e viver em conformidade com o ponto de vista que se defende e considera ser o apropriado. É a antiga máxima: "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço".

Não adianta nada apontar um erro sem apresentar a solução para ele e provar com atitudes que não é um hipócrita que aponta o cisco nos olhos dos outros, tendo uma trave enfiada em seus próprios olhos.

O clichê precisa ser dito e enaltecido: " Se você não faz parte da solução, você faz parte do problema", estando dentro ou fora dele, uma vez que ao conhecer tais problemas, sendo conivente com eles ou não, todos nós nos tornamos responsáveis.

Tais frases estão na moda:

"Eu não gosto de crente porque crente julga muito". Seja bem-vindo pois você está fazendo a mesma coisa.

"Eu não gosto de crente porque crente é fofoqueiro". Seja bem-vindo pois você está fazendo a mesma coisa.

"Eu não gosto de crente porque crente não ama o próximo".
Seja bem-vindo pois você está fazendo a mesma coisa.

"Eu não gosto de crente porque crente usa máscaras". Seja bem-vindo pois você está fazendo a mesma coisa.

Pessoas que vivem vidas desregradas, sem compromisso algum com o Corpo, pulando de igreja em igreja, fazendo listas dos erros que encontram em cada uma delas e em seus líderes, mas ignoram descaradamente seus próprios erros, canalhices e mediocridade, são as mesmas pessoas que se alimentam do julgamento hipócrita que vivem fazendo diariamente.

Viver e agir como se fosse o detentor de toda verdade, se sentindo o "escolhido" para apontar os defeitos dos outros, se escondendo em seus próprios defeitos, nada mais é do que uma atitude farisaica.

Os verdadeiros fariseus da história não são aqueles a quem tais pessoas apontam. São as próprias pessoas que andam com os dedos indicadores em riste.

Igreja nunca foi lugar de pessoas perfeitas.

Igreja é lugar de pessoas erradas, que reconhecem que são erradas e que por serem erradas dependem da Graça de Deus para se endireitarem.

Aqueles que se consideram perfeitos, permaneçam longe da Igreja para não se contaminarem com os erros daqueles que estão na igreja.

Aqueles que reconhecem que são errados e canalhas, procurem uma igreja. Lá encontrarão vários errantes que reconhecem suas limitações, imperfeições, defeitos e hipocrisias (com exceções, é claro).

Viver apontando os erros dos outros é a melhor maneira de esconder seus próprios erros, uma vez que a melhor defesa é o ataque, como já diz o ditado popular.

(Daniel Gummi A de Souza)

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