quinta-feira, 4 de agosto de 2016

ANTIGOS PECADOS, ETERNOS PROBLEMAS

Trago em meus braços, de forma acolhedora, aquilo que tira minha paz, perturba o meu sono e me aprisiona de maneira tal, que os meus dias se fazem todos cinzas e sem vida.
Faço repousar em meu colo e acaricio com uma triste e controversa admiração, aquilo que entristece a minha alma, embarga a minha voz e torna tudo sem sentido.
Vejo brincar e correr por todos os lados, alegre e feliz, aquilo que mancha, que suja o meu coração e me faz lamentar,mas ao mesmo tempo querer mais e mais, noite e dia.
Alimento várias vezes por dia aquilo que me consome, que me afunda em um mar de lama, cada dia mais profundo, sujo e fétido.
Deixo crescer cada vez mais aquilo que me afasta de Deus e rompe a aliança que tenho com Ele e Ele comigo; eu a desprezo com minhas atitudes e pensamentos, enquanto ele permanece fiel.
Levo para passear aquilo que alegra profundamente a minha carne, enquanto esse monstro que habita o porão de minha alma, assiste e aplaude  o envelhecimento dela, ano após ano.
Escondo dentro de mim aquilo que me envergonha, me contamina, me esvazia e me impede de crescer espiritualmente.
Canto uma canção de ninar para aquilo que eu tento matar em mim, mas que me domina e me faz fazer aquilo que eu não quero.
Velo o sono daquilo que me mata aos poucos, enquanto trago um sorriso triste de cúmplice que sou.
Vejo-o despertar, dia após dia, feroz e faminto, clamando por minha atenção, que de imediato a concedo.
E mais um dia se inicia e mais um dia se vai e permaneço o mesmo admirador secreto de meu tão querido pecado de estimação.
Convivo com ele e ele comigo, de tal forma que ninguém o percebe, nem ao menos suspeitam que ele exista tão vivo e tão presente em minha vida.
É exatamente assim que muitos e muitos convivem, alimentam, brincam e deixam crescer e viver, pecados e mais pecados de estimação; aqueles pecados que os acompanham dia após dia, por toda a vida, sem que façam nada para dar um basta a sua existência, pois o amam e o querem em suas vidas, mesmo que os façam sofrer.
Só Deus e nós sabemos se somos cúmplices, companheiros apegados que andam de mãos dadas à esses pecados!
Podemos até viver fingindo que isso não é uma realidade, uma prática constante em nossas vidas, mas é impossível fugir das consequências de nossos atos secretos, que amamos e que cuidamos com tanto zelo e carinho.
Nos achamos tão fortes, tão especiais, tão maduros espiritualmente, tão conhecedores da verdade, tão profundos em conhecimentos, tão sensatos, tão santos, tão cumpridores de nossos compromissos eclesiásticos, que acabamos nos esquecendo que ainda somos escravos de nossos atos insanos e suas consequências.
Não adianta viver esperando o dia do milagre acontecer! O milagre já aconteceu há pouco mais de 2000 anos!
Deixar a prática e matar o nosso pecado de estimação é uma atitude que deve partir de nós, pois o apoio, o auxílio e o amor de Deus nós já temos!
Que Deus possa a cada dia restaurar o nosso caráter, aumentar sobremaneira a nossa Fé e nos dar forças para superarmos nossas dificuldades e abandonarmos de uma vez por todas às práticas que tanto entristece a Ele.

(Seminarista Daniel Gummi A. de Souza)


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